quinta-feira, 4 de março de 2010

Dias 25, 26, 27e 28/02 e 01/03/10 – Carreteira Austral

No dia 25 acordamos cedo e fomos ao Posto de Gasolina para abastecer e ainda não tinha combustível. Felizmente, em menos de uma hora estávamos abastecendo e seguimos viagem para Perito Moreno.
Chegamos a Perito Moreno no fim do dia. Escolhemos esta cidade para visita a “Cuevas de las Manos”, local onde estão as inscrições rupestres mais expressivas da Patagônia Argentina.
A cidade de Perito Moreno não tinha bons hotéis e optamos por dormir na fazenda próxima ao local das inscrições. No dia seguinte fizemos uma caminhada de 1 hora onde atravessamos o cânion onde a caverna está localizada. As inscrições são lindas e o entorno também !!!
No fim do dia 26 viajamos até Los Antiguos, uma pequena cidade antes da fronteira com o Chile. Um local bem arborizado onde há várias chácaras para visitação e degustação das frutas da estação.

Estancia Cueva de las Manos
















Los Antiguos




No dia 27 chegamos ao Chile, viajamos por mais 128 km para chegar à Carreteira Austral e depois dirigimos até a cidade de Cochrane, na região extremo-sul do país. As paisagens da estrada são espetaculares, de cinema. Há glaciares, lagos, rios e muita estrada de terra.
Durante a madrugada, antes de sairmos da Argentina, ocorreu o terremoto na região centro-sul do Chile, um fato muito triste. Felizmente estávamos longe da região do terremoto. Mesmo assim, nos comunicamos com as famílias.











No dia 28 fomos ao parque Tamango e fizemos uma caminhada de 2,5h onde foi possível avistar Cervo(Veado Andino) e Pica-pau. No fim do dia fomos até Caleta Tortel, mais ao sul, uma cidade sobre passarelas de madeira.
À noite fomos telefonar em um locutório, no único telefone do povoado. Como não tem iluminação pública e havia uma grande fila para usar o telefone, retornamos num verdadeiro breu, sobre passarelas e escadarias em um longo percurso.









No dia seguinte (1/3/10, março!) percorremos as inúmeras passarelas da Caleta Tortel que perfazem 7 km com muitas escadas, praças, escola e prefeitura em uma caminhada de 1 hora de ida. No dia havia um cruzeiro da França com pessoas de mais idade e com dificuldade de andar devido aos inúmeros degraus. É impressionante, a cidade vive sobre passarelas !!!
Fomos até Puerto Bertrand para fazermos no dia seguinte um rafting em rio com água de degelo de cor turquesa. Ficamos em um lodge à beira do Rio Baker e na água transparente era possível ver trutas do quarto. Quando chegamos o empregado do lodge estava pescando da sacada da recepção. Este trabalho é ideal para quem gosta de pescar.









Observações sobre a região da carreteira austral:
- composta por povoados, 300 habitantes no máximo;
- tem somente um telefone por cidade, não há internet e algumas cidades têm caixa eletrônico, outras não (planejamento é inevitável);
- em Tortel, o combustível é vendido por cotas no mercado (não há posto de gasolina e nem caixa eletrônico);
- todas as estradas são de terra (muito pó !) e com vistas espetaculares (rios e lagos de cor turquesa, morros nevados e parques). Também são perigosas, o povo local dirige em alta velocidade em trechos estreitos e cheios de curvas, estamos sempre atentos (direção defensiva);
- IDEAL PARA PESCAR, há muitos guias de pesca e cabanas para pescadores;
- os hotéis não têm chaves nos quartos, a segurança é ótima (colocamos cadeira atrás da porta);
- deve fazer muito frio no inverno, cada cama tem em média 4 cobertores;
- para comer há 2 opções, no máximo;
- as informações turísticas são escassas.

Em todo o percurso da viagem usamos muito pouco o cartão de crédito, não aceitam. Também, os poucos locais que aceitam, tem acréscimo de 10%. Não tivemos problemas quanto aos saques em caixas eletrônicos e até o momento somente tivemos problemas com combustível na Argentina em Puerto San Julián, a causa provável foi de boicote no fornecimento visando o aumento do combustível ou falta de pagamento do dono do posto da cidade (único no raio de 120 km).

Observações sobre o terremoto:
- arrasou quase metade do Chile, a parte central e com maior atividade industrial;
- interceptou o país quanto ao transporte viário, dividiu em dois;
- a resposta do governo foi imediata e parece muito bem estruturada;
- até o momento não atingiu as demais áreas e há risco de falta de combustível;
- segundo especialistas do Chile, não há energia suficiente para novo terremoto desta magnitude. O último terremoto desta magnitude ocorreu em 1985. Portanto, a probabilidade de novo terremoto é mínima.

Alteração do roteiro da viagem devido ao terremoto:
- caso não haja falta de combustível, vamos continuar a subida pelo Chile até Pucón (vulcão Villarica, distante ainda em 200 km do início do trecho atingido pelo terremoto). Após desviaremos para a Argentina, evitando trafegar pelo trajeto afetado pelo terremoto e se possível, retornaremos ao Chile por Mendonza;
- na possibilidade de falta de combustível, teremos que ir para a Argentina de imediato, estamos distante em 200 km da fronteira (em média).

cintiaschultz@yahoo.com.br
flbaguiar@yahoo.com.br

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