sexta-feira, 30 de abril de 2010

Dias 26, 27, 28, 29 e 30/04/10 – Norte do Chile – Iquique e chegada a Arica

No dia 26 fomos de San Pedro de Atacama para Iquique. Existem duas opções de acesso, uma pelo mar (rodovia 01) e outra pelo deserto (rodovia 05). Optamos por ir pela rodovia 01, pois imaginávamos que o visual do percurso não seria de deserto,mas nos enganamos. De um lado da rodovia o mar e de outro a Cordilheira/Serra da Costa com a estrada contornando seus morros. As imagens que nos acompanharam durante todo o percurso nos deram a sensação de infinito (grandes salares, dunas, etc.), a viagem pareceu demorar muito.

Estrada passando sobre duna


No dia 27 conhecemos a Zona Franca de Iquique e no dia 28 passeamos pelo centro da cidade e visitamos o Museu Regional. O centro da cidade tem edificações com forte influência da colonização espanhola. No museu foi possível observar as mumificações naturais, ou seja, os corpos eram ensacados e deixados no tempo e devido às condições naturais obtia-se a mumificação. Estas são as mais antigas do mundo (no Egito as mumificações foram artificiais). Também observamos como o couro do leão marinho foi usado para as diversas atividades econômicas da região, desde os índios até as indústrias de salitre. Deviam existir muitos leões marinhos, pois apesar da atividade predatória, ainda hoje vemos muitos destes animais!

No dia 29 repetimos as idas ao centro da cidade e à zona franca. No fim do dia fomos à praia ver o por do sol, lindo !!! Hoje a cidade cheirava a peixe em todos os locais e tinha uma maresia sobre a cidade (tivemos que limpar o vidro do carro antes de sair). Também, foi interessante ver as “cholas” (senhoras típicas da região e da Bolivia, índias com saias e chapéus) fazendo compra nos shoppings. Imaginávamos ver estas senhoras somente na Bolivia, mas como estão relacionadas à cultura indígena, também estão no norte da Argentina e do Chile.

Iquique está dividida em dois setores, como no Rio de Janeiro. No morro reside a população mais pobre e próximo à costa a população média e alta. Mesmo nas regiões com melhores construções, a imagem da cidade não é tão bela. Nesta cidade há surfistas nas praias e as pessoas as utilizam para a prática de atividades físicas, diferentemente das demais cidades da costa chilena, onde as praias geralmente são de pedra e desertas. Os surfistas pegam onda em local que termina em pedra, tendo que ser ágeis e finalizar as manobras antes de chegar na região com pedras. Neste período o tempo está totalmente nublado e permanecerá por mais 2 ou 3 meses, o restante do ano faz sol. Permanecemos na cidade por mais dias por que a Cintia precisou fazer um tratamento de canal e pudemos constatar que Iquique é uma cidade agradável para viver.







Escultura de Sal





No dia 30 fomos até Arica, nossa última grande cidade do Chile. No caminho conhecemos a antiga salitreira Santa Laura e os “petroglifos” do Cerro União e Chiza. A salitreira é de 1872 e o que mais nos impressionou foi o estado de deteriorização/conservação da mesma, o cenário é fabuloso. A madeira da construção está desfiada devido ao contato com o sal e o envelhecimento. Os “petroglifos” são desenhos enormes em morros que serviam como sinalizações para as civilizações antigas se localizarem no deserto.

A saída de Iquique é linda, a estrada desenvolve-se sobre uma duna enorme, a maior duna do Chile com 350m de altura. O topo serve como rampa para parapente. Saindo poucos quilômetros pode-se ver o contraste entre a parte habitada e o deserto, é impressionante !

O caminho é espetacular, o percurso desenvolve-se entre a costa e o platô do deserto. Ora está próximo ao mar e ora no platô, as descidas são feitas pelos vales e em pleno deserto. No fundo dos vales há córregos com vegetação nos seus arredores. Um pouco antes de chegar à Arica, passamos por chácaras/sítios em pleno deserto, foi interessante ver as áreas demarcadas e sem vegetação, tão diferentes do que conhecemos. Nos guias turísticos este caminho não está indicado como um dos dez mais bonitos da América do Sul, mas poderia ser incluído.

Duna e cidade de Iquique (ao fundo)


Salitreira




Petróglifos




Estrada




OBS: A Argentina e o Chile completam o bicentenário este ano.

cintiaschultz@yahoo.com.br
flbaguiar@yahoo.com.br

domingo, 25 de abril de 2010

Dias 24 e 25/04/10 – Quebrada de Humahuaca (Tilcara e Purmamarca) e retorno a San Pedro de Atacama

Pela manhã fomos à Garganta del Diablo, uma quebrada estreita com um riacho que acaba em um buraco profundo, parecido com uma garganta. No início da quebrada há uma cascata.










No final da manhã chegamos à Purmamarca onde fica o morro de sete cores. Há um caminho costeando o morro que se pode percorrer de carro, “camino de los colorados”. Passeamos pela cidade, conhecemos a praça rodeada de índios locais vendendo artesanatos, a igreja e um mirador onde se vê o povoado de cima e aos fundos o morro de sete cores. É impressionante como um morro só pode ter tantas cores!















No dia 25 passamos pela última fronteira Argentina e retornamos a San Pedro de Atacama para finalizar o Chile, conhecendo as cidades de Iquique e Arica.

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sábado, 24 de abril de 2010

Dias 19 a 23/04/10 – San Pedro de Atacama (Lagunas Misticati e Miñiques , Salar Aguas Calientes e Geisers de Tatio) e Quebrada de Humahuaca

No dia 19 resolvemos conhecer as atrações turísticas que ficam a sudeste de San Pedro de Atacama. A 120km ficam as lagoas Misticati e Miñiques. São chamadas também de Lagunas Altiplanicas por estarem em uma planície a 4.200m de altitude. São lagoas azuis de águas translúcidas, no meio do deserto, rodeadas por vulcões e morros, com vários animais (vicuñas e pássaros).





Continuando no sentido da fronteira com a Argentina, 40 km à frente, fica o Salar de Talar, também conhecido como Salar de Águas Calientes, um cenário de filme criado em Photoshop. É um salar cortado por uma lagoa, rodeado por morros multicoloridos. Um dos morros é coberto por uma fina camada de material branco, parece esfumaçado.







No fim do dia fomos às Lagunas Cejar, que ficam no Salar do Atacama, o maior do Chile. Em uma das lagoas é possível nadar. O interessante desta laguna é que tem alta salinidade e boiamos o tempo todo, como no Mar Morto. Após o banho de sal, tivemos que nos lavar com água doce. Entramos de chinelo para não cortar os pés e o mais legal é que não precisamos nos preocupar, pois se saíssem do pé, boiariam.
A região é repleta de atrações turísticas, mas visitamos somente as mais atrativas. No caminho passamos por 2 povoados com menos de 500 habitantes.











No dia 20 fomos para a região norte de San Pedro de Atacama. A atração do local são os Geisers de Tátio, que ficam a 100 km da cidade, em um caminho de terra em péssimas condições. Optamos ir de excursão saindo às 4h da manhã e chegando ao local às 7h. O lençol freático é aquecido pelo magma que fica a 8km de profundidade, fervendo a água a 85ºC, borbulhando, jorrando água e vapor por buracos no solo, um verdadeiro espetáculo. A atividade acontece enquanto a temperatura ambiente é baixa (-5ºC a 4600m de altitude), mais ou menos até 8h da manhã. Com o aparecimento do sol e aumento da temperatura, a atividade vai diminuindo e somente algumas “fumarolas” permanecem o dia todo.
Há um geiser chamado de morte, antigamente 6 pessoas caíram dentro dele, em momentos distintos. A superfície exposta é enorme e há uma ponte dividindo o mesmo e os turistas mais curiosos, objetivando uma melhor foto, perdiam o equilíbrio e caíram na água fervente, pior que filme de terror. Hoje há barreiras para impedir a aproximação dos turistas mais curiosos.
Tomamos banho em um poço de águas termais nas proximidades do local. Um festival de “bunda de fora” dos turistas europeus que consideram normal a troca de roupa em frente às outras pessoas. Fomos vestidos com roupas de banho e casacos para -5ºC.
Na volta passamos pelo povoado de Machuca, lá vivem 40 pessoas e somente 7 permanecem o ano todo no local, os demais vão à cidade para estudar. Chegamos na cidade às 13h e a tarde descansamos.
















No dia 21 iríamos conhecer o Salar de Uyuni na Bolívia, mas devido a um protesto que estava acontecendo na rodovia entre Potosi e a fronteira com o Chile, resolvemos deixar para depois. A decisão foi acertadíssima, pois 90 turistas foram retidos pelos protestantes no dia 20. Cruzamos a fronteira com a Argentina pelo “Paso de Jama”. Ainda no Chile, passamos pelo vulcão Licancabur e subimos uma serra a 4.600m de altitude. Já na Argentina passamos pelo Salar Grande, um deserto de sal, absolutamente branco com sensação de infinito. Descemos uma serra na “Quebrada de Humahuaca”, um espetáculo de cores e formas dos morros, em um desnível de 2.000m. Dormimos em San Salvador de Jujuy.

















No dia 22 continuamos a percorrer a quebrada e conhecemos as cidades de Maimará, Humahuaca e Tilcara, onde terminamos o dia e dormimos. As cidades parecem perdidas no tempo, habitadas por índios, com forte influência da cultura aborígine e inca. Apesar de parecerem perdidas no tempo são charmosas, com hotéis e restaurantes aconchegantes. A comida mudou bastante, a base de quinua, milho, batatas andinas e carne de lhama. Parecemos ETs, todos nos olham com ar de desconfiança e curiosidade.













No dia 23 ficamos em Tilcara e conhecemos a Pucara de Tilcara, que são ruínas de uma população pré-hispânica construídas em uma encosta com paredes de pedra e teos de bambu, cactos e barro. Há uma igreja, um monumento em homenagem aos arqueólogos, as casas com portas e pé direito muito baixos, curral e uma área de sepulcros. No local também conhecemos o jardim botânico de altura.



















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