sábado, 31 de julho de 2010

20 a 28/07/10 – VENEZUELA: Parque Morrocoy e Isla Margarita

Dia 20 saímos de Riohacha na Colômbia com destino a Maracaibo na Venezuela. Neste dia comemorou-se o dia da Pátria na Colômbia e no percurso em direção à fronteira tivemos que desviar do caminho várias vezes devido aos desfiles das escolas. Na fronteira, em um dos desvios, simplesmente um cidadão bloqueou a passagem com uma corrente de aço e pedia pedágio. Próximo à fronteira, no lado colombiano, haviam muitos ambulantes vendendo combustível venezuelano, em galões, à beira da estrada.



Na fronteira, para nossa surpresa, tivemos um “pedágio” da própria polícia, pode isto? Para quem iríamos reclamar?
Logo após entrarmos no país, paramos para pedir informação da localização da aduana a um policial que nos indicou o local e disse: “vão direto e não pare para nada, a região está cheia de ladrões”. Após finalizar os trâmites de ingresso, fomos até Maracaibo, para nos ambientarmos com o novo país.
Também, tentamos fazer o seguro do carro para responsabilidade civil, necessário quando se entra na Venezuela pela fronteira do Brasil. O pessoal da seguradora de Maracaibo desconhecia o assunto e não conseguiu fazer o seguro, embora tenhamos insistido muito no assunto. Desistimos e resolvemos seguir viagem sem o seguro. Apesar das inúmeras vezes que fomos parados pela polícia, nunca nos pediram o tal seguro. Pode isto?
No dia 21 fomos até a cidade de Tucacas, em uma das extremidades do parque Morrocoy. Pretendíamos nos hospedar nesta cidade, mas como não há bons hotéis fomos até a cidade de Chichiriviche, em outra extremidade do Parque, e felizmente achamos um bom hotel.
Neste dia viajamos cerca de 500km e passamos por muitas blitz: da polícia nacional, do exército e da polícia estadual. Em uma delas, a polícia parou um caminhão de melão para ser “presenteada” por duas unidades. Abastecemos o carro e pagamos cerca de três reais pelo tanque cheio, oba! Os hotéis são caros e em geral de péssima qualidade, mesmo os de 5 estrelas. As rodovias estão cheias de carros americanos V8 antigos, grandes, caindo aos pedaços e com elevado consumo.
A temperatura média na Venezuela é maior, aproximadamente 35 graus. São 5 graus a mais que na Colômbia. Também a vegetação é menos densa e não estava chovendo.
Dia 22 pegamos um barco e percorremos as ilhas (chamadas de cayos) do Parque Morrocoy. Conhecemos Cayo Sal, Cayo Sombreiro, Juanes, Bajas Estrela, Playuela, Playuecita, Boca Seca e Cayo Perraza. Ficamos um tempo maior nas ilhas Sombrero e Perraza, onde fizemos snorkeling, muito bom. Indiscutivelmente a praia Sombrero é a mais bela de todas, com sua água transparentíssima. Desde que iniciamos a viagem, estas foram as praias mais bonitas de todas que já visitamos. INFELIZMENTE ESQUECEMOS A MÁQUINA FOTOGRÁFICA NO HOTEL.
Neste dia, Chavez fechou a fronteira com a Colombia. Ufa, felizmente estávamos distante desta região e tínhamos passado pela fronteira há dois dias.
No dia 23, ficamos em Chichiriviche resolvendo assuntos particulares e ficamos um pouco preocupados quanto à situação política da Venezuela e Colômbia, poderiam nos afetar? Na renovação do seguro do carro, descobrimos que cobria apenas MERCOSUL, diferentemente do que havia nos informado a seguradora. Viajamos todo este tempo sem cobertura de seguro, felizmente nada nos ocorreu. Resolvemos que na manhã seguinte sairíamos bem cedo do hotel com destino à Puerto La Cruz, decisão esta feita em função da distância a ser percorrida e da necessidade de passar pelos arredores de Caracas, considerada perigosa. Chegando lá, decidiríamos continuar a viagem ou voltar para o Brasil, distante 1.000km.
No dia 24 saímos do hotel às seis da manhã e chegamos em Puerto La Cruz às duas da tarde. A viagem foi muito tranqüila e nos animamos em pegar o “ferry“ para Isla Margarita. Tínhamos que estar no embarcadouro com 2 horas de antes da saída, conseguimos. Difícil foi comprar os boletos, acabamos tudo às 15:30h e sobrou 15 minutos para almoçar. A viagem até a ilha durou 3,5h e chegamos às 19:30h. Nos hospedamos em Porlamar, a maior cidade da ilha, distante 30 km do local de desembarque.













No dia seguinte conhecemos as praias do norte e noroeste, gostamos muito de El Água e Parguito. A ilha é extremamente habitada, nem parece que estamos numa ilha caribenha. É um local para curtir praia e fazer compras devido à zona franca. Há 8 “shoppings” e inúmeras ruas de compras. Também, é indispensável ter carro, as distâncias são longas de uma praia a outra, lembra Floripa.









Ainda no dia 25 ficamos sabendo que a Venezuela ameaçou suspender o fornecimento de petróleo aos Estados Unidos, caso sofresse algum ataque da Colômbia com o apoio dos Estados Unidos. Resolvemos ficar na ilha dia 26 e iniciar a viagem de regresso ao Brasil no dia 27.
Na manhã do dia 26 vimos algumas lojas de equipamento de mergulho e compramos os boletos do “ferry” de volta ao continente. Após percorremos o restante das praias que ficam na península de Macanao.



No fim da tarde fomos até a praia de Parguito, para tomar banho de mar. Nesta noite, ficamos sabendo que a Venezuela denunciou a Colômbia e EUA na ONU.
Tínhamos em mente ir até o Arquipélago de Los Roques, mas resolvemos fazer uma nova viagem a partir do Brasil numa outra ocasião. Esta decisão foi tomada face à incerteza política do país, a falta de seguro do carro, intimidação da polícia e aos inúmeros casos de furtos à turistas que escutamos durante a viagem.
No dia 27 acordamos às 4h e às 5h estávamos no terminal de ferry, duas horas antes da saída. Apesar de “express”, o retorno demorou as mesmas 3,5h e o ar condicionado estava congelante. Viajamos por mais 500km e acabamos o dia em Upata, a 550km da fronteira com o Brasil.





No início da viagem fomos parados inúmeras vezes pelos policiais. Em uma das blitz nos pediram bombom Garoto, oferecemos biscoito Oreo e não aceitaram. Estão acostumados com os bombons Garoto, pode isto? Alguns brasileiros trazem consigo vários pacotes e vão distribuindo ao longo da viagem, conforme os policiais vão pedindo.
No dia 28 saímos às 8h da manhã e ao meio-dia estávamos em Santa Helena de Uairén, a última cidade antes da fronteira. Fomos parados quatro vezes por militares e policiais da guarda nacional. No caminho passamos pelo Monte Roraima.




Almoçamos em Santa Helena e lá ficamos sabendo que a Venezuela havia mandado tropas para a fronteira com a Colômbia. Depois de almoçar fomos à fronteira para fazer os trâmites de imigração e aduana. Na saída, nos surpreendemos com nova blitz, fizeram uma revista minuciosa em nossa bagagem, abrindo a mala e verificando todos os itens, todos mesmo. Verificaram até as carteiras, só faltou pedirem que tirássemos a roupa íntima, constrangedor!
As 15h tínhamos finalizado os procedimentos na fronteira, ufa! Partimos para Boa Vista, chegamos às 18h. O sentimento de entrada no país foi de alívio e pesar. Alívio por nos livrarmos da insegurança e constrangimentos da Venezuela, e pesar por não ter visitado mais alguns lugares na Venezuela, como Los Roques e Salto Angel.








Observamos alguns fatos durante a viagem pela Venezuela:
- nas fábricas há os dizeres: Socialismo ou morte;
- há vários outdoors ao longo das rodovias com fotos do Chavéz e do dirigente local;
- há muitos carros velhos e grandes;
- falta de sinalização nas cidades e estradas;
- pagamos um único pedágio, de R$ 0,12. Os demais pedágios têm passagem livre, grátis;
- é possível abastecer um carro por menos de R$ 5,00;
- em todas as cidades há policiamento, chamado de “alcabala”;
- na sexta-feira à noite próximo às 22h, o presidente estava na TV discursando;
- para ir à Ilha Coche, pode ir direto à praia El Yaque , pagar somente BFs.65 ao pescador e não BFs.320 à agencia de turismo;
- a crise atual entre Colômbia e Venezuela prejudicou muito a nossa viagem, saímos da “zona e conforto”.
cintiaschultz@yahoo.com.br
flbaguiar@yahoo.com.br

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