segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dias 01 e 02/05/10 – Arica e BOLIVIA

No dia 01 pela manhã passeamos por Arica, a principal atração da cidade é o Morro, onde é possível ter uma vista panorâmica da cidade.
Na saída do hotel, quando fomos pegar o carro tivemos uma grande surpresa, o carro estava coberto por dejetos de abutre. Arica está repleto de abutres. Felizmente, o jardineiro do hotel estava regando as plantas e aproveitamos para lavar o carro.











Almoçamos em Arica e a tarde fomos até Putre (3.500 m.s.n.m) para nos aclimatarmos e irmos à Bolívia. O caminho é pelo vale do Lluta com preservação de cactos, tinha 1 a cada 10~20m.





Em Putre a altitude pegou, os principais sintomas são arritmia, cansaço, dor de cabeça, dor nas costas, etc. Tomamos chá de coca que é oferecido pelo hotel como bebida de boas vindas. Jantamos cedo para que fizéssemos a digestão antes de dormir, mas acordamos várias vezes à noite.
No dia 02 amanheceu com o céu totalmente aberto, resolvemos seguir viagem e ir até o Parque Lauca, divisa do Chile com a Bolivia. O parque é lindo, foi uma excelente despedida do Chile. A principal atração deste parque é um lago com dois vulcões atrás dele, cujo acesso é de carro devido à altitude do local (4.660m.s.n.m.) e as dificuldades para deslocar-se.







A passagem pela fronteira foi difícil, os trâmites são grandes e, além disso, a polícia nos subornou (20 bolivianos = 5 reais). À tarde fomos até Oruro, a nossa primeira cidade na Bolívia. Permanecemos cansados pela altitude, esperamos nos aclimatar em breve.
Qualquer caminhada já é suficiente para observar os efeitos da altitude, arritmia e dor de cabeça. Temos que andar muito lentamente e jantar cedo, a falta de oxigênio prejudica a digestão.
O caminho estava repleto de ônibus e estes cheios de pessoas e bagagem no teto (botijão de gás, bicicleta, etc.). Também haviam várias “cholas” (senhoras com vestimento típico indígena) sentadas à beira da rodovia, vendendo coisas ou pastoreando ovelhas.
Na Bolívia e na região norte do Chile e Argentina foi onde observamos as maiores diferenças na cultura, a comida mudou bastante e a cultura indígena é muito forte. Segue algumas observações que julgamos interessante:

COMIDA
Já comemos carne de Lhama e Alpaca, ambas são muito parecidas com carne bovina. Comemos várias coisas feitas com quinua (sobremesas, sopa, tabule, saladas). Não estamos escapando de alguns “piriris”, achamos que vamos emagrecer.

CAMELÍDEOS
Há 4 tipos de camelídeos no altiplano, dois selvagens (guanaco e vicuña) e dois domesticados (Lhama e Alpaca). Os camelídeos selvagens são muito parecidos, mas a vicunã tem coloração de pelo mais claro e altitude que elas vivem varia. As vicuñas vivem acima dos 3.000m e os guanacos até 3.000m. Os camelídeos domesticados vivem em qualquer altitude e diferenciam-se pelo tamanho, a Lhama tem o tamanho do cavalo e a Alpaca do burro, ambos têm várias cores de pelo e são bem peludas.
No parque Lauca algumas Alpacas e Lhama aproximaram-se do carro e chegaram até a janela, vieram nos cheirar, a experiência foi muito boa.







A Vicunã tem uma particularidade interessante, é suicida, os indígenas para capturá-la anteriormente a encurralavam e o animal se suicida golpeando-se contra a parede.



COCA E ALTITUDE
A folha e o chá de coca são vendidos em supermercado e são baratíssimos, aproximadamente R$5,00/kg. O chá é super suave e as folhas são colocadas na lateral da boca e com saliva formam um chá, não são engolidas. O gosto da folha é amargo e parece com o chimarrão tomado no sul do país. Além de ajudar na altitude, a folha de coca é um energético, como guaraná.
Para aclimatar-se é indicado muito água ou suco de limão, folha de coca e dormir bastante. Na viagem do dia 2 a Cintia dormiu pesadamente por cerca de 2 horas como se estivesse na sua cama.
A velocidade do carro também diminui muito, nas subidas o carro vai a 40km/h. Portanto, nas viagens temos que sair cedo para evitar chegar a noite nas cidades que desconhecemos.

DESCONFIANÇA
No norte do Chile tínhamos que pagar tudo antecipado, é a cultura local e provavelmente deve-se pela proximidade das fronteiras com a Argentina, Bolívia e Peru. Nas lojas, as peças de roupa são trancadas com cadeado.

CHOLAS
São as vestimentas típicas das Bolivianas compostas por chapéu, saia e manta. Em geral, são campesinas que se mudaram para a cidade e tem mais idade. As roupas são de cores bem vibrantes e com brilho.





CORES
Entendemos por que as pessoas gostam de cores fortes, as edificações são todas de uma cor só, marrom.

TEMPERATURA
A variação é muito grande, a noite chega a 0ºC e durante o dia a 25ºC.

cintiaschultz@yahoo.com.br
flbaguiar@yahoo.com.br

Um comentário:

  1. Meus amigos, vocês não tem perdido nada, as descrições que fazem são muito detalhadas, acho que já tem material para um livro. Legal tiveram coragem e entraram na lagoa de água quente em El Tatio, o duro foi sair, "quase peladões", naquele frio. Citia só -5°C !?, deram sorte , quando fui estava - 18°C. Se cuidem, beijão.

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